domingo, 23 de outubro de 2011

O TELÃO DE DEUS E OS ATORES INFAMES

"Dizendo: Pai, se queres, passa de mim este cálice; todavia não se faça a minha vontade, mas a tua."  (Lucas 22 : 42)

                            Imagine agora que você está assistindo a um filme de terror muito horrendo e com o passar das cenas é presenciado derramamento de sangue, pessoas são mortas brutalmente, há estupros, cabeças rolando, canibalismo, enfim isso parece ser muito forte não é verdade? Neste filme mães matam seus filhos ainda na barriga, há suicídio em massa, pernas são arrancadas das vítimas ainda vivas, pessoas comem o cérebro de outras. Parece ser muito pesado não é? Cenas muito fortes que nos esmagam, que nos faz perder o apetite, um peso enorme invade a nossa casa, o clima fica nebuloso, parece que a atmosfera muda da água para o vinho, quando colocamos um filme de terror. Se assistimos à noite, nem se fala, ficamos ali meio retraídos, e qualquer movimento nas janelas, dizemos é o diabo! Se vai beber água pede companhia, se de madrugada acordamos ficamos angustiados, pois o que vemos foi muito forte e nossa estrutua psíquica não aguenta o indigerível e queremos colocar para fora, bate como um sentimento de enjoô, e enquanto não colocamos para fora esse medo, essa ânsia ficamos atordoados.
                                   Amados irmãos, se para nós que somos pecadores aceitarmos com tranquilidade essas cenas sem repudiá-las se torna impossível, se não podemos digerí-las facilmente, se somos quase que prensados em relação a esse filme de terror, pois é muito bárbaro ver tudo aquilo sem abaixar a cabeça de vez em quando por não ter coragem de fixar o olhar, como será para Deus que é puro sem nenhum pecado observar em nosso dia a dia as atrocidades que cometemos? Como será para Jesus Cristo ter que ver ao vivo em conexão direta palavras de baixo calão que dizemos, o olhar indiferente para nossos irmãos, a vontade desenfreada de querer matar o próximo, de querer ter mais dinheiro de maneira corrupta. De acordo com o texto que lemos da escritura, Jesus sente o peso de nossos pecados, e várias vezes assim como o seu Pai que está no céu vira o rosto para nossas atrocidades, e nós ao invés de sentirmos vergonha pelas nossas ações continuamos a desobedecer os preceitos da sua palavra. Nós somos muito cruéis, indispostos para amar, somos seres que só visam os seus próprios interesses.
                                   Quando Deus presencia juantamente com Jesus e o Espírito Santo as nossas obras más, nossos pensamentos pecaminosos, a frieza de uns para com os outros, a complacência com o pecado, as nossas falsas motivações, o desejo de querer receber elogio dos homens, isso o faz ficar desapontado para conosco. Cotidianamente acompanhamos atores de filmes e novelas que se destacam positivamente diante do público por suas boas atuações. Se fôssemos como atores de um filme em que o nosso Deus estaria assistindo, seríamos considerados pessoas sem talento, sem dedicação, sem estudo, pois não decoramos o texto para atuar, não ensaiamos exaustivamente, enfim queremos atuar na obra de Deus de maneira relaxada, descuidada, negligente, nos tornando assim em atores infames (pessoas sem fama) para com Deus, pois somos hipócritas, pregamos uma coisa e vivemos outra, nos tornando assim apenas alguém que interpreta um papel nos finais de semana na igreja.
                                   Jesus ao chegar no Getsêmani, que era o lugar onde azeitonas eram prensadas para extrair o azeite, passa por momentos difíceis ao começar a sentir o peso dos nossos pecados, começa a sentir angústia, pois o filme da nossa vida, dos nossos pecados vai passando pela sua mente, e ele pouco a pouco vai visualizando cenas muito fortes, indigeríveis, e isso o faz sofrer muito, ele que é puro, imaculado, santo, Rei da eternidade ter que se desapontar tanto ao vislumbrar a tamanha crueldade do ser humano. Nesse momento ele começa sentir a mão pesada, a ira de Deus por conta dos nossos pecados que estavam para ser carregados por Ele.
                                   Na narrativa de Lucas é perceptível que Jesus vai ao Monte das Oliveiras como de costume para agonia do Getsêmani. E naquele momento deve ter passado um filme na cabeça do Mestre, pois ele pode relembrar talvez minutos antes durante sua caminhada até a prensa, os bons momentos passados naquela elevação geográfica. Quando vamos embora para um outro lugar ao viajarmos e sabermos que vamos passar um tempo fora, olhamos para o nosso quarto, nossa sala, nossa igreja e ficamos paquerando, a lágrima escorre pelo rosto. Muitas vezes vamos a um lugar várias vezes, vemos pessoas do nosso lado todos os dias e não as valorizamos, mas ao prenúncio de que talvez não poderemos voltar para aquele ambiente, este se torna um lugar com “outro ar”. Jesus naquele momento deve ter se lembrado que naquele monte onde tantas vezes ensinou, pregou, riu, se divertiu com as criancinhas, agora seria o palco para o começo da sua crucificação. Nesse ínterim, os discipulos ao acompanharem  o messias poderiam estar pensando: -Vamos subir com Jesus, ele deve contar mais histórias, parábolas, outro pode ter dito: -É, e eu vou pedir para ele me explicar mais coisas em relação a a àquele assunto do joio e do trigo. Só que quando chegam ao monte Jesus está meio cabisbaixo, triste até a morte, com lágrimas nos olhos e suas palavras são: Orem! Os discípulos devem não ter entendido bem, mas foram tentar fazer o que ele disse.
          Mais adiante, percebemos que essa ordem para os discípulos para orarem era um preceito de recomendação, de orientação, pois ele sabia que depois de alguns instantes não estaria mais visivelmente diante deles, e isso o preocupou muito, pois não queria que os seus filhos se afastassem dele, por isso a ordem: - Orem para que não entreis em tentação. Jesus conhece a nossa natureza, ele sabe que temos que estar fortes espiritualmente para o que há de vir, o Mestre sabe de nossas vidas, o que é capaz de nos tentar, e ele sabia que que a porta aberta para a tentação que faz pecar é a falta de oração. O Rei dos reis queria que não perdêssemos a comunhão! Mas por outro lado os discípulos podem ter dito: - Mestre, nós não vamos cair em tentação, pois o Senhor está aqui, e onde a tua presença está é impossível haver tentação! Talvez Jesus pudesse ter aberto um lindo sorriso com essa afirmação. Se colocarmos em nossa mente irmãos, que enquanto tivermos o pensamento em Cristo Jesus, ficaremos inertes para pecar, que enquanto estivermos voltados para a oração, isto é, para a comunhão com ele, a considerá-lo vivo na nossa frente todos os dias veremos mudança em nossas vidas! O crsitão tem que ver Cristo todos os dias, matar saudade dele orando, pois fazendo assim a tentação não chegará a nascer com vida, pois a presença de CRISTO é mais forte do que ela!
                                   Jesus despede-se com Pedro, Tiago e João e se afasta cerca de 20 a 30 metros para orar e os orienta para vigiarem. Talvez, o Mestre ao fazer isso já estivesse treinando os discípulos para se acostumar com sua ausência, pois em quase todas as outras vezes que ele orava estava com os seus amigos.
                                   Quando o messias chega ao epicentro do monte, ele se ajoelha e começa a sentir o peso dos nossos pecados, começa a sentir a nossa maldade, a nossa imundícia. Ele deve ter visto, mortes por assassinatos, estupros, idolatria, traição entre cônjuges, corrupção, políticos com más intenções, minoria desfavorecida, ricos egoístas, latrocínio, roubo, pensamentos impuros, falta de amor na igreja, comércio de almas, tudo isso era um peso muito grande para ele quem não tinha pecados.
                                   Jesus tinha noção dos peso dos nossos  pecados, e você será que vê a gravidade dos seus erros? Ou será que se acha acima de qualquer suspeita? Eu quero lhe dizer que você depende totalmente de Jesus para ser perdoado. Devemos ter a consciência de que se não pedirmos perdão agora, esse pecado que você anda cometendo vai te arrastar para fora da família, do teu trabalho, da tua esposa, dos teus filhos, e se você ainda continuar poderá custar a sua vida eterna!
                                   O mestre estava a postos para receber a ira divina, ele estava como que prensado, daí o termo Getsêmani, porém obedeceu a vontade de Deus, ele levou sobre ele todos as nossas enfermidades, todos os nossos pecados. Dessa situação que Jesus passou nos traz uma lição muito grande, pois quando Deus nos manda fazer alguma coisa, se ele está nos “cutucando”, nosso dever é mesmo sendo prensados, humilhados é continuar fazendo a vontade do Senhor em nossas vidas. Quando você vir a tempestade na sua frente, se o Senhor te pediu para andar  vá em frente, pois no meio da batalha ele mandará um anjo para te consolar, te confortar, e você vai sentir paz em meio a luta.
                                   O Senhor Jesus sentiu agonia, tipo de ânsia, aflição que acomete o ser humano quanto ao desfecho próximo (precedido de grande turbação), uma última luta contra a morte!
                                   Nós devemos sentir vergonha de nós mesmos quando pecamos irmãos, pois tudo o que fazemos não está escondido, oculto, tudo está sendo registrado no “TELÃO DE DEUS” e a todo o momento ele vê o que fazemos de certo e de errado.
Como você fica quando descobre que alguém muito próximo seu te enganou? Quando alguém fez algo terrível, nós não queremos ver mais essa pessoa pelo menos em um primeiro momento, retiramos essa pessoa da nossa agenda mental. Quando assistimos a TV e vemos a crueldade do ser humano nos estupros, chacinas, violência desenfreada, sentimos uma ojeriza contra essa pessoa que praticam crimes hediondos.
Jesus viu em alguns instantes o peso dos nossos pecados, não existia balança do mundo secular que pudesse medir os quilos, não existia régua para medir a largura, altura e profundidade, a cruz de madeira não foi a mais pesada para Jesus carregar, as chicotadas também, pois elas podiam até dilacerar o seu corpo, mas quem mais estava sangrando era o seu coração, o que Jesus sentiu fisicamente foi muito forte e ninguém nega isso, mas o pior para ele foi ver a nossa intolerância uns para com os outros, a nossa raiva, o nosso ódio para com as pessoas, a crueladade, as nossas mentiras, as fofocas que contamos nos becos dos nossos irmãos, isso doeu muito mais nele! Não havia cruz de madeira que pudesse comportar,  a grande variedade de pecados que cometemos!
               Mas infelizmente existem pessoas aqui, que ainda não estão nem aí para tudo o que foi falado e vão continuar com o coração duro, com dura cerviz, acha que o que acabei de falar aqui é apenas filosofia, religião. Por outro lado tem pessoas aqui que sabem de tudo o que falei agora pouco, mas estão como que dormindo, LEVANTA CRENTE! TOMA AS RÉDEAS DA TUA VIDA! Por isso a tentação fica batendo sempre a sua porta, por isso você não vê sentido muitas vezes em vir à igreja todos os domingos, pois não tem mais relacionamento íntimo com Deus, não ora, não conversa mais com ele.
                                               Quero te dizer uma coisa: - O telão de Deus está sempre ligado, e todos os dias ele vê como está a sua vida, o que fazes, não brinque com ele, não brinque com sua fé, não queira tirar férias de Jesus, não queira desistir de tudo agora, pois está tão perto a vitória, não seja um ator infame , ou melhor seja um cristão de verdade e não alguém que interpreta um papel na igreja e depois volta a ter uma vida totalmente diferente do que pregou, cantou ou ensinou no ambiente eclesiático. Seja um personagem assim como os do antigo testamento, seja um ator real que não só faz o papel que Deus requer que seja feito, mas viva em sua casa, no trabalho, na igreja essa incubência de ser sal e luz nesse mundo insípido.

A oração retira a saudade que temos de Cristo
Eduardo Vasconcelos
23/10/2011 - IBR

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